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“Tenho certeza de que, prestes a ser entubado, vocês foram os responsáveis pelo pouco oxigênio que eu precisava para suportar um pouco mais.” Essa afirmação é do planejador de manutenção na Colombo Agroindústria, Danilo Rafael de Gênova, 39, ao relatar os momentos que passou no Hospital Unimed São Domingos, da Unimed Catanduva. Ele teve dengue e Covid-19 ao mesmo tempo.  

Por meio do projeto “Cartas que Salvam”, pacientes em tratamento na unidade respiratória podem amenizar seus momentos de distanciamento familiar, com o recebimento de cartas escritas por familiares e amigos. No caso de Gênova, as mensagens repletas de incentivos e energias positivas o incentivaram a usar a máscara de Ventilação Não Invasiva (VNI) — semelhante à de mergulho —, algo muito difícil naquele momento. 

“As cartas foram muito importantes para mim. Chegaram após eu não conseguir usar a máscara VNI na primeira vez. Eu li as cartas das minhas filhas e isso mexeu demais comigo. Tirei forças de onde não tinha e, aos poucos, consegui me adaptar”, disse, ao lembrar que o uso do item melhorou seu nível de oxigenação e impediu que fosse necessário intubação. “Com certeza as cartas salvam vidas”, completou.

‘Cuidado a mais’

Para o administrador Heverton Ferreira, 55, as cartas fizeram diferença durante os sete dias que ficou internado na enfermaria. “A parte mais doída era a distância da minha mulher e do meu filho. Mas fui surpreendido com inúmeras cartas deles, de amigos e familiares. Isso é um grande alento, um cuidado a mais que a gente recebe. Sem dúvida, me ajudaram muito a suportar o período em que estive longe da família”, enfatizou.

As 13 cartas de felicitações marcaram José Jorge Soares, 60, que fez aniversário no segundo dia de internação no HUSD. “Só temos que agradecer todo o apoio da equipe, que cuidaram tão bem dele e a este canal (envio das cartas). Foi um incentivo maravilhoso na recuperação. Além da videochamada, o suporte que nos deram, em especial no dia do aniversário dele, o deixou muito feliz”, afirmou a esposa, Vânia Santos.

Como funciona o projeto

As cartas são encaminhadas digitalmente em um contato de WhatsApp e, na sequência, impressas e encaminhadas para a Unidade Respiratória para o tratamento de pacientes suspeitos ou confirmados com Covid-19. Na ala, os profissionais realizam a leitura aos pacientes, estando os mesmos conscientes ou não. Somente em janeiro, a unidade já intermediou o recebimento de mais de 160 cartas. 

“Todos os pacientes são o amor de alguém. O que fazemos é amenizar esse processo doloroso da distância permitindo a demonstração de afeto de uma maneira  particular para cada um”, explicou Adriana Bianchi, gerente de enfermagem do Hospital Unimed São Domingos, parte da rede própria da Unimed Catanduva.